segunda-feira, 9 de julho de 2012

fragmentos


“É a dança contemporânea a matéria focalizada nesse estudo por ser um espaço privilegiado para a percepção dos efeitos estéticos dessa mudança de eixo de referência conceitual que dá sustentação aos entendimentos de mundo, ao mesmo tempo em que orienta a condução do processo de sobrevivência nele. Não estando, como esteve o balé, comprometida com um conjunto fixo de passos conjugados segundo um padrão estável de dominância associativa; nem sendo, como foi a dança moderna, um campo de referenciação metafórica, a dança contemporânea expressa uma lógica relacional não hierárquica entre corpo e mundo. Diferentemente dos outros modos de configuração coreográfica, cuja variação de gênero estilístico, por mais “pessoal” que seja, ocorre sempre sob o constrangimento de parâmetros programáticos; a dança contemporânea se organiza à semelhança de uma operação metalinguística, na medida em que transfere a cada ato compositivo os papéis de gerador e gerenciador das suas próprias regras de estruturação.” (Temporalidade em dança: parâmetros para uma história contemporânea – Fabiana Dultra Britto)

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